segunda-feira, 15 de abril de 2013

Opinião: uma etapa chinesa repleta de possibilidades e ultrapassagens

Dérek Bittencourt
derekbittencourt@dgabc.com.br
@_stopandgo

O Grande Prêmio da China de Fórmula 1, realizado na madrugada de domingo, mostrou-se uma corrida repleta de opções, táticas, estratégias e ultrapassagens. Até a última volta, apenas o vencedor estava definido. Fernando Alonso, com folga, chegou na primeira colocação pilotando de forma impecável - aliás, o terceiro vencedor diferente da temporada 2013. Da segunda posição para trás, no entanto, tudo em aberto. Foi mais ou menos como aconteceu na primeira etapa, na Austrália: quem lidou melhor com os pneus, quem entendeu melhor o desgaste dos compostos, se deu melhor.


Ferraristas Alonso e Massa largaram muito bem e ganharam posições

A largada dos dois pilotos da Ferrari foi sensacional, não só pelo bom acerto do carro italiano, como pela péssima saída de Kimi Raikkonen, que segurou aqueles que largavam na fila da direita do grid. Assim, espanhol e brasileiro pularam para segunda e terceira colocações, respectivamente, somente atrás do pole position Hamilton, que em quatro voltas já havia sido superado pela dupla em sensacional ultrapassagem na reta dos boxes.

Momento das ultrapssagens de Alonso e Massa sobre Hamilton

Tal situação parecia apontar que seria um domingo de dobradinha ferrarista. Mas só parecia. Alonso foi para os boxes trocar os pneus macios, que não duram mais do que oito voltas, e Massa deu uma volta a mais que o companheiro já com seus compostos bastante deteriorados. Assim, quando fez sua troca e voltou à pista, acabou perdendo terreno para Hamilton, Raikkonen e outros, o que já prejudicou demais a tática do brasileiro. Claro que duas situações devem ser levadas em conta: Alonso também perdeu posições, mas sabe lidar com ultrapassagens muito melhor do que o brasileiro; e o equilíbrio do carro do brasileiro mudou completamente com os pneus médios.

Assim, enquanto Alonso galopava rumo à liderança, Massa estagnava no pelotão intermediário. E foi aí que surgiram outros personagens, casos de Jenson Button e Sebastian Vettel, que largaram de compostos médios, apostando em períodos maiores sem ir aos pits e se deram bem. Aliás, o alemão da Red Bull se deu melhor justamente pelo carro que tem, afinal a McLaren ainda demonstra ter um equipamento bastante inconstante e o quinto lugar do britânico foi heroico. Hamilton e Raikkonen, por suas vezes, se mantiveram juntos durante quase todo o tempo, em táticas semelhantes.

Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton mantiveram-se juntos até o fim da prova

A decepção ficou por conta de Mark Webber. Aliás, que fase do australiano. Depois de ser ultrapassado nas últimas voltas do GP da Malásia pelo próprio companheiro Sebastian Vettel, que desacatou as ordens da equipe Red Bull, ele teve problemas no treino classificatório da China, teve de largar em último e durante e corrida, após forçar ultrapassagem sobre Jean-Eric Vergne, da Toro Rosso, teve o carro danificado, perdeu p pneu traseiro direito e teve de abandonar.

Já a grande surpresa do sábado, o australiano Daniel Ricciardo, repetiu o desempenho destacado durante a prova. Demonstrando ter uma Toro Rosso acertada, se manteve sempre entre os dez primeiros e, no fim, beliscou um sétimo lugar, vislumbrando a sexta posição de Felipe Massa. Se a prova tivesse mais duas ou três voltas, sem dúvida haveria briga entre os doi pilotos pelo sexto lugar, o que é louvável e mérito total do piloto mais jovem. Nico Hulkenberg, da Sauber, também vale ser exaltado, afinal liderou algumas voltas, fez boas ultrapassagens, mas a estratégia da escuderia deu errado e ele terminou apenas em décimo.

Daniel Ricciardo fez grande prova e chegou na sétima colocação
A barbeiragem de Esteban Gutierrez, que perdeu o ponto de freada e encheu a traseira de Adrian Sutil, tirou  os pilotos da Sauber e da Force India da prova. Já Nico Rosberg sofreu mais uma vez com problemas mecânicos na Mercedes, assim como acontecera no treino classificatório. Outro que mostrou-se ligeiramente alterado foi Sérgio Perez, que bloqueou Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen, provocando inclusive o toque com o finlandês. Trágico.

Vale a pena citar ainda aquela parte do pelotão que ninguém se dá conta, ou melhor, que não aparece na transmissão da televisão: a final. Mais uma vez as nanicas Marussia e Caterham levaram seus dois carros até o fim da prova e mostram estar em evolução. Ou será a Williams que está caminhando ladeira a baixo? Isso porque Jules Bianchi e Charles Pic, respectivamente pilotos da Marussia e da Caterham, além da briga entre eles durante toda a prova, chegaram muito próximos da dupla da escuderia inglesa, Valtteri Bottas e Pastor Maldonado. O venezuelano, inclusive, foi ultrapassado na última volta pelo companheiro finlandês e nem de longe se mostra aquele arrojado piloto de 2012. Obviamente, está limitado pelo fraco carro da equipe de Frank Williams.


No fim das contas, o GP da China mostrou que a temporada 2013 deve ser recheada de emoções. Lotus, Red Bull e Ferrari já venceram corridas até agora e não seria surpresa se a Mercedes faturasse a etapa do Bahrein, neste próximo fim de semana, no circuito de Sakhir.

As quatro escuderias são favoritas ao título de construtores, enquanto Kimi Raikkonen, Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Lewis Hamilton devem lutar pelo campeonato de pilotos. Felipe Massa e Nico Rosberg correm por fora, enquanto a McLaren e Jenson Button, por ora, não passam de zebras.

Mais atrás, a Force India ainda se mostra a melhor equipe média, mas Sauber e Toro Rosso vêm ganhando terreno. Já a Williams tem que se mexer, afinal Marussia e Caterham estão cada vez mais próximas da tradicional equipe inglesa. Com tantas possibilidades e com uma previsão de mais outra grande corrida por vir, que venha logo a prova barenita!

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