Marcelo Monegato
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@caixadebrita
Sebastian Vettel já figura entre os maiores de todos os tempos da Fórmula 1. Está, definitivamente, no hall da fama da velocidade. Detém o recorde de piloto mais jovem a vencer uma corrida. É o mais jovem campeão mundial e também o mais jovem tricampeão de todos os tempos. No fim de semana, quebrou outra marca histórica: o de mais jovem 'canastrão' da principal categoria do esporte a motor, entrando para o seleto grupo que conta com nomes de peso – entre eles o de Ayrton Senna.
O que o ‘alemãozinho’ de 25 anos fez no GP da Malásia foi errado. E muito. Desobedeceu uma ordem da alta cúpula da Red Bull de manter as posições – ele deveria permanecer em segundo e não atacar o companheiro de equipe Mark Webber, líder da prova, que recebeu ordem (assim como Vettel) para poupar equipamento. E na ânsia pela vitória, Seb ficou cego, passou por cima da ética, ignorou a esportividade e ultrapassou o australiano em condições desiguais. Pura pilantragem. Mau-caratismo em estado bruto.
Haverá sempre aquele que defenderá a atitude de Vettel – afinal, ele não está lá para vencer? Não é muito bem pago para subir no degrau mais alto do pódio? É, mas não a qualquer custo. A vitória a qualquer preço é descartável. Seb traiu a equipe. Traiu Webber. O mesmo Webber que em outros momentos respeitou as ordens dos boxes e serviu de fiel escudeiro para fazer Vettel campeão, bicampeão, tricampeão.
Ao final do GP, durante entrevista coletiva, o vencedor da prova – o mesmo que foi derrotado pela moral – reconheceu o 'patacoada'. “Errei. Adoraria vir aqui com uma boa desculpa ou uma boa história, mas não posso. Essa é a verdade (...) Se pudesse desfazer, eu o faria, mas não posso, então não tenho uma boa sensação agora e, certamente, não será fácil cair no sono esta noite. Devo explicação adequada e um pedido de desculpas ao Mark e ao time”, disse Vettel. Mas a esta altura do campeonato, a ética está arranhada. E o caráter do alemão, apedrejado em praça pública.
Não dá para aliviar as críticas. Errou. Mas errou em cima de um outro erro criado pelas equipes – ou melhor, pela Ferrari, durante a época de Ross Brawn, Jean Todt, Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Foi o time de Maranello que começou com a ideia de, na parte final das provas, ordenar a manutenção das equipes – especialmente quando Schumacher estava à frente de Rubinho, e mais lento. Uma excrescência esportiva. Um mau exemplo que se tornou regra. Lamentável.
E por falar no sr. Ross Brawn, durante o GP da Malásia, o chefe de equipe da Mercedes-Benz mandou Nico Rosberg não ultrapassar Lewis Hamilton nas voltas finais da prova, mesmo o alemão estando mais rápido. Apesar de contrariado, Nico foi ético. Obedeceu. Ficou em quarto e deixou o pódio para Lewis (terceiro colocado). As críticas, então, recaíram sobre Ross. E não foram críticas banais, mas sim de duas pessoas influentes na escuderia alemã: Niki Lauda, presidente não executivo, e Toto Wolff, diretor esportivo e futuro diretor executivo da escuderia bávara.
Brawn se defendeu, dizendo que temia uma pane seca. Oras, então por que não ordenou que Hamilton deixasse Nico passar? Fez tanto isso na época de Ferrari. Schumacher agradece até hoje...
LEWIS X ECCLESTONE
Durante o GP das Polêmicas, digo, da Malásia, o todo-poderoso da F-1, Bernie Ecclestone, declarou publicamente que foi procurado por Lewis Hamilton ano passado, pois o britânico estava querendo cavar uma vaguinha na Red Bull, 'roubando' o cockpit de Webber.
Ao saber que Ecclestone havia tornado pública a conversa, Lewis tratou de se defender. “Ele parece só fazer esses comentários sobre mim por alguma razão. Isso me deixa um pouco nervoso porque nós temos uma boa relação e sou muito franco com ele sobre uma série de coisas”, disse, sem, no entanto, desmentir Bernie.
Não é por nada, mas tudo indica que o todo-poderoso está falando a verdade (desta vez). Aliás, o mico que Lewis pagou na Malásia, entrando nos boxes da McLaren, sua antiga equipe, foi sensacional.
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