Rápido, estratégico e surpreendente, Raikkonen vence GP da Austrália

Marcelo Monegato
marcelomonegato@dgabc.com.br
@caixadebrita

Por esta ninguém esperava. Em uma corrida bastante movimentada e cheia de alternativas, o finlandês Kimi Raikkonen, da Lotus, venceu neste domingo o Grande Prêmio da Austrália, etapa de abertura do Mundial 2013 de Fórmula 1, após ter largado em sétimo. O espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, ficou em segundo, e Sebastian Vettel, da Red Bull, o terceiro. Massa, em boa prova, foi o quarto.

Raikkonen justificou o apelido de ‘Homem de Gelo’. Frio, veloz e extremamente calculista, o piloto da Lotus largou em sétimo e com apenas duas paradas – os demais fizeram três – deu o golpe na concorrência e cruzou a linha de chegada em primeiro. O excelente ritmo de prova do campeão mundial de 2007 o coloca, logo na corrida de estreia, como candidato sim ao título. Esta foi a 20ª vitória da carreira.

Alonso, que partiu em quinto – logo atrás de Massa –, contou mais uma vez com o apoio estratégico da Ferrari, que antecipou a segunda parada de troca de pneus do espanhol para devolve-lo à pista em condições de brigar pela vitória.

Após dominar todos os treinos e crava a pole position com autoridade, Vettel mostrou que a Red Bull não tem o melhor ritmo de corrida neste início de temporada. Fez o que pôde, mas terá – para poder brigar pelo título – contar com a magia do projetista Adrian Newey.

Massa fez boa corrida. Largou em quarto, pulou para segundo e enquanto não teve a interferência da Ferrari – que entregou a melhor estratégia para Alonso -, foi mais rápido e andou na frente do espanhol. E ao final da prova reconheceu que a estratégia o derrubou.

“Eu estava em segundo ritmo bom, mais rápido que o Vettel. Alonso parou antes, os outros também e achamos que era cedo demais para parar. Acabamos errando naquele momento, perdendo duas posições que eram importantes”, disse o brasileiro, que fez, apesar de tudo, um balanço positivo da primeira etapa. “Acho que foi, olhando o ano de 2012, um começo de campeonato positivo.”

58 VOLTAS
Na largada, o pole position Vettel se manteve na ponta sem dificuldades e abriu vantagem. No entanto, Mark Webber (Red Bull) e Lewis Hamilton (Mercedes), que vinham logo atrás em segundo e terceiro, respectivamente, não tracionaram bem e acabaram perdendo posições para os dois pilotos da Ferrari. Massa, que partiu em quarto, pulou para segundo. Alonso de quinto foi para terceiro.

Raikkonen, em sétimo, ganhou uma posição na largada e  - algumas voltas depois – ultrapassou Hamilton.

Na volta de número sete, quando já sofria certa pressão da dupla de Maranello, Vettel foi para os boxes trocar os pneus supermacios pelos médios. Massa entrou na volta seguinte e Alonso, juntamente com Raikkonen, que já pressionava o espanhol, foram para a troca duas voltas depois. O tricampeão mundial, no entanto, acabou levando vantagem, voltando para a pista com distância maior para o brasileiro.

A esta altura da prova, Hamilton e Rosberg, da Mercedes, e Adrian Sutil, da Force India – que surgia como principal surpresa e que ainda não haviam feito a troca de pneus -, seguiam em primeiro, segundo e terceiro, respectivamente.

Na volta 20, quando não tinha condições de passar Massa, Alonso antecipou a segunda parada – voltou a utilizar pneus médios. Sutil, que liderava, e Vettel, segundo, foram na volta seguinte. No entanto, quando voltaram para a pista, Alonso acabou sendo mais rápido, ganhando a posição dos dois.

Massa assumiu a liderança e, de maneira extremamente errônea – e por ordem da própria Ferrari, diga-se de passagem -, permaneceu na pista, indo para os boxes apenas duas voltas depois. Resultado: quando retornou, o brasileiro despencou para a quarta posição, atrás de Alonso, Vettel e Sutil. Neste momento da prova, Raikkonen – que começava a colocar a estratégia de apenas duas paradas em ação - liderava, seguido de Hamilton e Rosberg.

Na volta 34, Raikkonen foi para os boxes – três voltas depois de Hamilton -, deixando a liderança para Alonso e voltando na quinta posição, atrás de Massa, que não conseguia chegar em Sutil para ganhar a terceira posição e partir para cima de Vettel, que mostrava não ter carro veloz o bastante para brigar pela ponta com o espanhol da Ferrari.

Já com a corrida comprometida, Massa antecipou a terceira troca de pneus para a 37ª volta. A Red Bull, esperta, chamou Vettel na volta seguinte, conseguindo devolver o alemão à pista ainda à frente do brasileiro da Ferrari. Alonso foi para boxe na volta 39 e, sem sustos, voltou com folga á frente de Vettel, Hamilton e Massa.

Na volta de número 43, Raikkonen ultrapassou Sutil e assumiu a liderança da prova. Alonso, em terceiro, começava a virar volta mais rápida atrás de volta mais rápida na caça do Homem de Gelo – Sutil, como não havia colocado pneus supermacios (largou com os médios), já era carta fora do baralho na briga pela vitória.

No entanto, faltando dez voltas para o final, Alonso, segundo, estava 7,8 segundos atrás de Raikkonen, que mantinha a vantagem, mostrando o excelente rendimento em corrida da Lotus. E a superioridade do finlandês ficava cada vez mais evidente, tanto que faltando três voltas para o final, cravou a volta mais rápida, assombrando a concorrência.

Confira o resultado do GP da Austrália:

1 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault)
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari)
3 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault)

4 - Felipe Massa (BRA/ Ferrari)
5 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes)
6 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault)
7 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes)
8 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes)
9 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes)
10 - Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault)
11- Sergio Pérez (MEX/McLaren-Mercedes)
12 - Jean-EricVergne (FRA/STR-Ferrari)
13 - Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber-Ferrari)
14 - Valtteri Bottas (FIN/Williams-Renault)
15 - Jules Bianchi (FRA/Marussia-Cosworth)
16 - Chalres Pic (FRA/Caterham-Renault)
17 - Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth)
18 - Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault)